Após a exposição dos CINCO tipos de violência sofridos pela mulher e como denunciá-los, é imprescindível que as mulheres compreendam os mecanismos desse Ciclo de Violência.

Infelizmente em razão do equivocado conceito de superioridade do gênero masculino perpetrado por anos na sociedade, e a doutrinação desde a infância para que as mulheres obedeçam, compreendam e tolerem os comportamentos machistas dos homens, não é raro e nem espantoso que muitas delas entrem sem perceber no chamado Ciclo de Violência Doméstica.

Isso ocorre porque a violência doméstica sobrevém de maneira discreta no início do relacionamento, não possui roteiro pré-estabelecido, mas seus traços são bastante comuns.

Via de regra, ainda no estado de enamoramento, surgem os primeiros sinais: como o rápido apego à mulher e demonstrações excessivas de ciúme. Evoluindo para o controle de telefonemas, redes sociais, amizades e comportamento, seguidos sempre da deslegitimação da conduta do agressor ao culpar a mulher por seus atos.

Este é o marco inicial do Ciclo de Violência Doméstica, que está classificado em três etapas caracterizadas pelas atitudes do agressor no relacionamento, são elas: Aumento de Tensão, Ataque Violento e Lua de Mel.

1. O “Aumento de tensão” ocorre quando o agressor gera pequenos atritos e tem um comportamento mais ameaçador, geralmente com reclamações sobre a aparência da mulher e críticas ao trabalho doméstico, após algum tempo há a evolução comportamental com perseguições e ofensas;
2. Na etapa do “Ataque Violento” o homem maltrata física, sexual e psicologicamente a companheira;
3. Por fim, na fase da “Lua de Mel”, o agressor tenta se redimir dos abusos, pede desculpas, afirma que não fará novamente, promete mudanças, e tudo fica bem até o próximo conflito. Momento em que circuito é encerrado e reiniciado.

A compreensão desse ciclo é de extrema importância para que seja possível interrompê-lo. Se você conhece alguma mulher que enfrenta essas situações, ofereça solidariedade e encoraje-a a sair desse relacionamento e buscar ajuda.

As denúncias podem ser feitas discando 100 ou 180 ou utilizando os aplicativos “Direitos Humanos Brasil”, “Magalu” ou site da “Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos”.

Texto escrito por Jéssica Oliveira.

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